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“Call to action” da Liderança: os pequenos grandes movimentos

Erico Vasconcelos [A] Diretor-Fundador da UniverSaúde

Eu Líder? Mas quem sou eu exatamente? O quê quero pra mim? Quem sou eu no Brasil de hoje? O quê desejo deixar de legado para as próximas gerações?

Primeiros dias de 2021. Dias finalmente mais preguiçosos. Mas não menos caóticos. O mundo lá fora pira. Tudo do avesso. Todos de ponta-cabeça. Algo de muito distinto acontece no Reino da Dinamarca, mas todos achando que tá tudo uma belezinha. A sensação é estranha. E me pergunto: onde foram parar nossos Líderes? Quem sou eu nessa bagaça toda?

Me convido a um repensar. Já conversamos sobre isto por aqui neste blog. O que temos eu e você feito e contribuído para o lançamento destas sementes em favor de um “novo tempo”? Ao mesmo tempo que permaneço imerso em reflexões mais existenciais assim, mais questionadoras mesmo, a “coisa” anda tão maluca por aí que acabo me vendo afetado inevitavelmente. Como tecer redes neste momento mais complexo? Com quem falar? Com quem me expor? Com quem compor? Com quem “abrir o coração”? Afinal, quem ainda não perdeu sua essência? Quem ainda não “perdeu a alma”? Quem ainda não endureceu?

Você pensa assim também ou sou eu mesmo que pirei geral?

As evidências estão postas como nunca para todos indistintamente e caracterizam um verdadeiro tempo de meu Deus – pra quem ainda não perdeu a capacidade de se indignar, claro. Poderia aqui discorrer até amanhã sobre os retrocessos sociais, a ampliação das desigualdades, o cenário político e econômico complexo, mas vou me ater às consequências da pandemia de COVID-19 em nosso País e sua trágica marca de mais de 8 milhões de casos confirmados e os mais de 200 mil óbitos registrados. Quanto por dizer..

Dentre outras questões complexas, as mídias sociais tornaram-se palco de esperneio e espaço para conflitos deflagrados pouco produtivos que só alimentam a ira e a intolerância. Este caos sinaliza a existência de oportunidades. E cá temos aos montes! Vejo um “oceano de situações” clamando pela sobriedade e ação para a interferência de gente mais lúcida nisto tudo que ocorre por aí. A abertura tá dada, mas parece faltar coragem. Falta organização. Mas concordamos: a principal falta mesmo é a da liderança.

Estou convencido de que precisamos de uma espécie de “call to action” para a liderança em nosso País. Tipo uma convocação geral da galera que se identifica com esse sentimento de que algo vai mal e que precisamos “tecer redes” para costurar a recriação. “Mirar as estrelas, mas com os pés no chão” me parece o desafio. E acredito que um caminho potente seja os pequenos grandes movimentos..

Dois registros me tocam quando o assunto é liderança, protagonismo e compaixão. Drew Dudley [1], em sua divertida apresentação no TEDx Toronto em 2010 com mais de 5 milhões de visualizações, questiona o porquê de não reconhecermos a liderança nossa do dia-a-dia que deixa de reconhecer as ações protagonistas que desempenhamos ajudando outras pessoas e que acabam passando despercebidas. Vale a pena demais assisti-lo. Somos muito nobres e distintos e ele nos ajuda nesta coragem pra fazer valer o que a gente acredita e defende. A literalmente “sair do armário” quando o assunto é liderança..

O segundo registro a compartilhar vem do querido educador Rubem Alves. Este texto publicado na Folha de São Paulo em 27/09/2005 [2] diz tanto! [aliás, uma digressão: por quê tantos pensamentos e registros de Pensadores diversos parecem caber para o Brasil de hoje mesmo depois de 15, 20 anos? Já tiveram esta sensação em algum momento também?] Poderia discuti-lo no detalhe aqui tamanha boniteza do registro, mas lá pelas tantas ele pergunta: “Do que vale o conhecimento sem compaixão? Todas as atrocidades que caracterizam os nossos tempos foram feitas com a cumplicidade do conhecimento científico. Parece que a inteligência dos maus é mais poderosa que a inteligência dos bons”.

Insisto que precisamos agir. E os pequenos grandes movimentos são uma possibilidade. E o que você tem feito? Tem participado de algum? A UniverSaúde buscou no propósito do “cuidado com quem cuida” a chance de se colocar nesta agenda. Por meio da educação, lançou um movimento associativo para gestores e profissionais de saúde se aproximarem, “tecerem redes” e assim compartilharem suas experiências e conhecimentos acumulados em vida e carreira. Nosso objetivo é prepará-los para que possam disseminá-los com qualidade aos nossos pares espalhados pelo Brasil afora, promovendo assim a circulação de seus conteúdos por meios digitais. Trabalhamos para que isto potencialize as práticas dos nossos Colegas que atuam em organizações de saúde gerando impactos na maior qualidade do atendimento às pessoas.

E você? Quais são seus “pequenos grandes movimentos”? Topa participar do nosso? Faça contato conosco! Estamos te esperando! Acesse http://www.universaude.com.br, escreva em em nosso Chat ou para contato@universaude.com.br. Você pode também nos escrever pelo WhatsApp em 11 97227-6584.

Referências para a construção desta reflexão:

[2] Rubem Alves. “Meu coração fica com o coração dela”. Acesse: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/sinapse/sa2709200515.htm

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[A] Erico Vasconcelos é cirurgião-dentista, estomatologista, especialista em Terapia Comunitária, em liderança e desenvolvimento gerencial de organizações de saúde e com MBA em gestão de pessoas. É apaixonado pelos desafios da gestão dos serviços de saúde. Há 16 anos atua na gestão da Atenção Básica, do SUS, na Segurança e Qualidade e na Gestão Estratégica de Pessoas. Foi gestor de saúde de diversas organizações privadas e municípios. Recentemente atuou no governo federal elaborando políticas e desenvolvendo ações de apoio e educação. Desde 2005 atua na formação em serviço de gestores e profissionais de saúde pelo Brasil afora. Trabalhou como Tutor e Coordenador de Cursos na EaD da ENSP, UnASUS-UNIFESP e na UFF. Foi Professor de Saúde Coletiva da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e em outros cursos de várias Universidades. Fundou a UniverSaúde em 2017, uma startup para a Saúde que ajuda gestores do SUS a melhorarem a governança e eficiência de suas organizações associando informação e inteligência por meio de tecnologias digitais. Já trabalhou em mais 40 organizações e hoje atua em diversos projetos potentes com organizações públicas e privadas. Cursa atualmente a pós-graduação do Master de Liderança e Gestão (MLG) do Centro de Liderança Pública (CLP)

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