Carolina Fanaro da Costa Damato [1] Mentora Associada da UniverSaúde
A situação de isolamento vivenciada com pandemia pelo Coronavírus gera algumas percepções, como a falta de controle e da autonomia, uma vez que somos sociais e buscamos interação e contato o tempo todo no estabelecimento de nossas relações.
Em tempos de comunicação á distância, como garantir a interação de forma plena?
Em primeiro lugar o isolamento é de contato físico e não de contato social.
As reuniões virtuais, videoconferências, chamadas de vídeo tem sido cada vez mais utilizadas para atender essa necessidade de comunicação. O olhar. Gestos acolhedores, expressões faciais que demonstrem atenção e acolhimento, tom de voz agradável, velocidade de fala adequada, clareza, objetividade, empatia e escuta atenta são alguns dos recursos que podemos lançar mão para garantir “o humano que há em cada um de nós”. Manter-se verdadeiramente conectado ao seu interlocutor confere respeito e resgata a emoção inerente à nossa existência, fatores tão importantes durante o ato comunicativo. Intenção comunicativa clara e respeitosa geram percepção positiva de quem está falando. Quando as pessoas se sentem consideradas de forma genuína nesta relação, elas tendem a ser mais gentis, o que aumenta clareza, a confiabilidade e o engajamento.
A preparação para o momento de comunicação, com definição da pauta, determinação de tempo para o encontro, cuidados com a forma e conteúdo do que será dito, ajuda a driblar as inseguranças e angústias inerentes a este momento ímpar.
A comunicação é uma habilidade, e portanto, pode ser treinada e desenvolvida e essa é uma grande oportunidade de nos revisitarmos e darmos a atenção que a comunicação merece e que o momento exige.
E o que dizer sobre a comunicação em momento presenciais nesse novo tempo?
Aqui, atenção e cuidados passam pelas questões culturais, uma vez que o toque, o aperto de mão, o abraço, fazem tanto sentido na nossa comunicação. Tudo o que dissemos sobre a comunicação virtual, vale para a presencial, com utilização dos gestos acolhedores, sorriso, expressão facial que demonstrem nossa conexão e respeito ao outro, com o distanciamento necessário para segurança e proteção de todos.
Para líderes e profissionais de saúde, essa situação de crise exige calma, tranquilidade, rigor no seguimento dos protocolos e sobretudo, segurança. Para tal é necessário garantir fontes de informações oficiais, confiáveis, atualizadas e seguras.
É fundamental também comunicar-se com calma e tranquilidade, porém com firmeza, clareza, objetividade e segurança. A atitude comunicativa responsável, respeitosa com intencionalidade clara e empatia aumenta a confiabilidade da liderança e contribui para o engajamento da equipe.
O momento é delicado e exige cuidados e leveza da comunicação, no sentido evitar os julgamentos (seu e do outro) e assim manter a assertividade.
Tudo isso contribui como importante e potente apoio, tão necessário para gestão de crises e conflitos. Aproveite o momento de crise e revisite-se. Enxergue a oportunidade de utilizar a preciosa ferramenta da comunicação para gerar entendimento, dirimir dúvidas, mitigar conflitos, mediar relações, negociar e construir de forma coletiva, as estratégias de enfrentamento necessárias para o momento. Como diz a Profa Dra. Leny Kyrillos, “a comunicação humana é uma das chaves para a felicidade, produtividade e influência” Acredite nisso e conte conosco nessa jornada!
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[1] Carolina FC Damato é fonoaudióloga pela PUC-SP, mestre em Saúde Materno Infantil pela UNISA, com MBA em Gestão em Saúde pela FIERP USP, membro do Time de Lideranças da UniverSaúde, membro do Departamento de Saúde Coletiva da SBFa gestão de 2017- 2020 ocupando cargo de vice- coordenadora do Comitê de Políticas Públicas em Saúde, com experiência na gestão de serviços de Saúde, com atuação na gerência de unidades de saúde da Atenção Básica nas diferentes modalidades de atenção e também de serviços de atenção especializada, incluindo Hospital Dia.
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