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Os 80/20 da gestão da Saúde Pública municipal no Brasil

Atualizado: há 2 dias

Erico Vasconcelos [A]


Gerenciar a saúde pública no Brasil é, sem dúvidas, uma das tarefas mais complexas e desafiadoras dos governos municipais. Estamos falando de um sistema que atende milhões de pessoas com desafios importantes como as limitações orçamentárias, a alta demanda e uma burocracia que, muitas vezes, sufoca a possibilidade de agir de forma ágil e estratégica. Diante desse cenário, surge uma questão central: como gestores podem, mesmo nesse contexto desafiador, obter mais resultados sem se sobrecarregar, mantendo a eficiência dos serviços e a qualidade do atendimento?


Este artigo propõe uma reflexão sobre como o Princípio de Pareto, também conhecido como regra 80/20, pode e deve ser aplicado na gestão da saúde pública municipal brasileira. Não se trata apenas de um conceito teórico, mas de uma estratégia prática e comprovada, capaz de transformar a rotina, os resultados e a experiência de trabalho dos gestores e de toda a equipe.


Aplicar o 80/20 na gestão significa aprender a distinguir o que é essencial do que é acessório. Significa reconhecer que nem tudo tem o mesmo peso ou impacto e que uma pequena fração dos esforços, quando bem direcionados, gera a maior parte dos resultados. Este material visa ajudar você, Colega gestora ou gestor, a entender onde vale a pena investir seu tempo, energia e recursos, para que seu trabalho seja não só mais produtivo, mas também mais sustentável e impactante.


Por que os gestores estão sobrecarregados?


A sobrecarga dos gestores na saúde pública municipal não é um problema individual, mas estrutural. A dinâmica da gestão pública frequentemente impõe uma série de obstáculos: o desafio da conciliação da agenda política e técnico-gestora, o excesso de processos burocráticos, as múltiplas demandas simultâneas de caráter urgente e importante, a escassez de recursos humanos e financeiros, e uma cultura organizacional que, muitas vezes, prioriza a reação imediata em vez de uma agenda pautada pela prevenção e pelo planejamento.


Está posto no discurso de muitos a dificuldade recorrente em estabelecer prioridades. Muitos gestores são tragados pelo cotidiano, atuando de forma quase exclusiva no campo operacional, resolvendo problemas imediatos, atendendo demandas urgentes e "apagando incêndios", sem conseguir reservar tempo para atividades estratégicas e estruturantes. Essa lógica operacional se retroalimenta. Quando não se investe tempo em organizar processos, capacitar equipes e construir uma rotina de gestão eficiente, os problemas se acumulam e retornam em maior volume e intensidade, reforçando o ciclo da sobrecarga. Isso gera exaustão, baixa produtividade e, frequentemente, frustração, tanto do gestor quanto da equipe.


A saúde pública precisa de líderes capazes de romper com esse modelo. E isso passa, necessariamente, por desenvolver uma visão mais estratégica e inteligente sobre como gerir o tempo, os recursos e os esforços da equipe, o que nos leva diretamente à aplicação do princípio 80/20.


Entendendo o princípio 80/20 na gestão da Saúde Pública


O Princípio de Pareto, ou regra 80/20, foi observado inicialmente no campo da economia, mas ao longo dos anos demonstrou ser aplicável a praticamente qualquer contexto, especialmente na gestão.


De forma simplificada, ele afirma que 80% dos resultados vêm de 20% dos esforços. Ou seja, uma minoria das ações, tarefas ou processos é responsável pela maioria dos impactos.

Na gestão da saúde pública dos municípios, isso significa que alguns processos, indicadores e atividades são, de fato, muito mais relevantes do que outros. Saber identificá-los e priorizá-los é uma competência essencial para qualquer gestor.


Por exemplo: você pode perceber que, ao melhorar a gestão dos processos assistenciais básicos, como o acolhimento, o agendamento, a escuta qualificada e a organização das demandas, resolve a maior parte dos problemas relacionados à satisfação do usuário, tempo de espera e sobrecarga da equipe. Da mesma forma, certos indicadores têm um peso decisivo na performance dos serviços. Focar na cobertura da Atenção Primária à Saúde, na redução de absenteísmo, no controle de condições crônicas e na gestão da mortalidade evitável pode gerar um impacto muito maior do que investir tempo em dezenas de outros relatórios ou demandas que, na prática, pouco alteram os resultados. O gestor que compreende o 80/20 desenvolve uma nova lente sobre sua rotina, aprendendo a distinguir aquilo que realmente importa daquilo que apenas ocupa espaço na agenda.


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[A] Erico Vasconcelos é cirurgião-dentista, estomatologista, especialista em Terapia Comunitária, em liderança e desenvolvimento gerencial de organizações de saúde e com MBA em gestão de pessoas. Há 19 anos atua na gestão da Atenção Básica, do SUS, na Segurança e Qualidade e na Gestão Estratégica de Pessoas de organizações de saúde. Foi gestor de diversas organizações privadas e municípios. Atuou no Ministério da Saúde entre 2013 e 2016 no Departamento de Atenção Básica elaborando políticas e desenvolvendo ações de apoio e educação. Desde 2005 atua na formação em serviço de gestores e profissionais de saúde pelo Brasil afora. Trabalhou como Tutor e Coordenador de Cursos na EaD da ENSP, UnASUS-UNIFESP e na UFF. Foi Professor de Saúde Coletiva da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e em outros cursos de várias Universidades. Fundou a UniverSaúde em 2016, uma empresa que ajuda gestores a reduzirem custos e a captarem novos recursos com resultados rápidos, fortalecendo a governança e promovendo a sustentabilidade financeira e organizacional da Saúde. Atualmente desenvolve parceria com a empresa de tecnologia OM 30 de São Paulo-SP.

 
 
 

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